Candidatura comunista em périplo algarvio

Conhecer as aspirações <br/>das populações

As po­ten­ci­a­li­dades pro­du­tivas do Al­garve, o am­bi­ente, as op­ções ur­ba­nís­ticas e de de­sen­vol­vi­mento, a po­breza, o de­sem­prego e a ex­clusão so­cial foram al­guns dos temas abor­dados por Edgar Silva nos con­tactos que es­ta­be­leceu, no dia 18, com po­pu­la­ções e ins­ti­tui­ções de vá­rios con­ce­lhos al­gar­vios.

O Al­garve foi for­te­mente atin­gido pelas po­lí­ticas de em­po­bre­ci­mento

Acom­pa­nhado pelo man­da­tário re­gi­onal, An­tónio Men­donça, por vá­rios di­ri­gentes do PCP e por ac­ti­vistas da can­di­da­tura, Edgar Silva per­correu os con­ce­lhos de Faro, Olhão, Al­bu­feira e Lagos – um pé­riplo que ter­minou na ca­pital do dis­trito, com um vi­brante jantar-co­mício em que par­ti­ci­param mais de 250 apoi­antes. 
De­pois de An­tónio Men­donça ter de­nun­ciado o papel do «al­garvio» Ca­vaco Silva contra o povo e o País, o can­di­dato co­mu­nista tomou a pa­lavra, num res­tau­rante à cunha, para dar conta dos traços mais mar­cantes da vi­sita ao Al­garve e, em si­mul­tâneo, vincar a ur­gente ne­ces­si­dade de co­locar na Pre­si­dência da Re­pú­blica al­guém com­pro­me­tido com o ju­ra­mento de cum­prir e fazer cum­prir a Cons­ti­tuição.
Num dia em que o Pre­si­dente da Re­pú­blica re­cebeu sete ban­queiros, «pros­se­guindo uma es­tra­tégia de de­gra­dação da vida de­mo­crá­tica do País», Edgar Silva de­nun­ciou a per­ma­nente sub­missão de Ca­vaco Silva aos in­te­resses dos es­pe­cu­la­dores e agi­otas. A sua in­ter­venção ter­minou com um forte apelo à mo­bi­li­zação de todos nesta ba­talha elei­toral.

Com ma­ris­ca­dores e vi­vei­ristas

Du­rante a manhã, Edgar Silva en­con­trou-se, pri­meiro em Faro e de­pois em Olhão, com a As­so­ci­ação Vivmar e a Co­o­pe­ra­tiva For­mosa, que re­pre­sentam largas cen­tenas de vi­vei­ristas e ma­ris­ca­dores da Ria For­mosa – o maior pro­dutor de bi­valves do País. Nestes en­con­tros, foi sa­li­en­tado o aban­dono a que a Ria For­mosa é vo­tada, com su­ces­sivos adi­a­mentos no in­ves­ti­mento em dra­ga­gens e no tra­ta­mento das águas. Sendo a po­luição o pro­blema prin­cipal que afecta os vi­vei­ristas e ma­ris­ca­dores, estes são também con­fron­tados com a cres­cente ten­ta­tiva de li­mi­tação da sua ac­ti­vi­dade, in­se­pa­rável da pressão cres­cente para abrir campo à ex­plo­ração destes re­cursos por parte de em­presas es­tran­geiras. Nos en­con­tros, a can­di­da­tura su­bli­nhou o com­pro­misso com a de­fesa dos in­te­resses e da pro­dução na­ci­onal.

Apoiar po­pu­la­ções, evitar tra­gé­dias

À tarde, Edgar Silva des­locou-se à Baixa de Al­bu­feira, onde con­tactou com co­mer­ci­antes e de­mais po­pu­lação atin­gidos pela in­tem­périe de dia 1, e teve opor­tu­ni­dade de ve­ri­ficar a cres­cente pressão ur­ba­nís­tica a que Al­bu­feira tem es­tado su­jeita, com a edi­fi­cação em leito de cheia e a im­per­me­a­bi­li­zação de solos – si­tu­a­ções para as quais o PCP foi aler­tando ao longo dos anos. Como con­sequência di­recta do mo­delo de de­sen­vol­vi­mento im­posto a esta re­gião – com forte es­pe­cu­lação imo­bi­liária –, de­zenas de co­mer­ci­antes viram as suas lojas des­truídas em poucas horas.
Cons­tatou-se ainda que uma grande parte dos co­mer­ci­antes atin­gidos não tinha se­guros contra este tipo de even­tu­a­li­dades ou que, quando tinha, a mai­oria das se­gu­ra­doras não co­bria o con­junto dos danos. Edgar Silva apoiou a rei­vin­di­cação do Es­tado de Ca­la­mi­dade Pú­blica re­que­rida pela au­tar­quia, apelou à luta para que os apoios pú­blicos anun­ci­ados não fi­quem na ga­veta e vincou a ne­ces­si­dade de cor­rigir as op­ções ur­ba­nís­ticas, por forma a di­mi­nuir os riscos.

Im­pacto das po­lí­ticas de ex­plo­ração

Ao fim da tarde, em Lagos, o can­di­dato des­locou-se ao Centro de As­sis­tência So­cial Anino dos Santos, que, com mais de 200 tra­ba­lha­dores e cerca de 700 jo­vens e cri­anças nas suas es­colas e ins­ta­la­ções, é uma das mai­ores ins­ti­tui­ções par­ti­cu­lares de so­li­da­ri­e­dade so­cial (IPSS) do Bar­la­vento al­garvio. No en­contro, foi sa­li­en­tada a forma como as cri­anças e as suas fa­mí­lias foram atin­gidas pelas po­lí­ticas de ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento im­postas nos úl­timos anos. Edgar Silva, va­lo­ri­zando o em­penho destas ins­ti­tui­ções e seus tra­ba­lha­dores no apoio às cri­anças, su­bli­nhou a ne­ces­si­dade de uma po­lí­tica que de­fenda os di­reitos e a dig­ni­dade das cri­anças, de acordo com aquilo que a Cons­ti­tuição con­sagra.




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